Daí esses "cristãos" se apegarem a versículos chaves, é aqueles que a gente cansa de decorar na EBD, e ficar recitando aquilo como se fosse um mantra para imantar o ambiente com o poder de Deus, como se fosse incenso aromático comprado na esquina em alguma casa de produtos naturais ou esotéricos.
Desta forma usa-se a bíblia para os mais diversos fins dependendo do gosto do freguês! Tem gente que usa a bíblia para amaldiçoar os outros em Nome de Jesus (com todo o respaldo bíblico é claro) por covardia de fazê-lo em seu próprio nome. Aliás, não foi Jesus quem pediu para abençoarmos e não amaldiçoarmos? Porém Ele mesmo amaldiçoou a figueira. Ou seja, se Jesus amaldiçoou eu também posso, diria alguém. Isso vai acontecendo a medida em que vemos a Palavra de Deus de forma segmentada, como receitas prontas para as situações e adversidades da vida. Há e tem um monte de “cristãos” que quer ser Jesus e não como Jesus.
Outro exemplo bem clássico e que talvez ilustre melhor seja a da tentação no deserto. O Diabo tentou a Jesus com aquilo que estava escrito na bíblia, mas que não era a Palavra de Deus. Ele falou o que estava escrito e não o que estava dito. Se olharmos até por outro ângulo, o Diabo falou a verdade (o que estava escrito), mas mentiu usando a verdade como mentira, algo do tipo: “Jesus em verdade, em mentira te digo”.
Ai entramos na história, nós os seres humanos usando a bíblia para justificar o injustificável, querendo colocar remendo velho em pano novo. Parece que somos aquelas pessoas mais desesperadas do mundo, como disse Paulo. Muitos de nós só esperam a Cristo para esta vida e assim vivemos nos desgastando em angústias capitalistas e consumistas permitindo que os cuidados com este mundo se tornem um tipo de flagelo, um carma que a pessoa dorme e acorda com ele.
Cadê a fé nessa hora? Some mesmo. Porquê? Porque o tal "cristão" firmou a crença (não a fé) na letra e não a fé na Palavra de Deus. A Palavra é viva, a letra é morta.
É por isso que muitos crentes vivem como casas mal assombradas. No fundo é sempre o mesmo problema detonado por circunstâncias mais diversas. Aí a pessoa vira quase um budista ou um crente bundista e fica repetindo o dia todo: O Senhor é meu Pastor, hauuuum...,O Senhor é meu Pastor, hauuuum...,O Senhor é meu Pastor, hauuuum...,O Senhor é meu Pastor, hauuuum...,O Senhor é meu Pastor, hauuuum...,O Senhor é meu Pastor, hauuuum...,O Senhor é meu Pastor, hauuuum...,O Senhor é meu Pastor, hauuuum...,O Senhor é meu Pastor, hauuuum...,O Senhor é meu Pastor, hauuuum...,O Senhor é meu Pastor, hauuuum...,O Senhor é meu Pastor, hauuuum...,O Senhor é meu Pastor, hauuuum..., etc, para ver se alivia o carma.
O nosso problema é que na hora do vamos ver o difícil mesmo é confiar em Deus. Há circunstâncias que a tal benção-milagre vêem de emediato, como no caso dos pães e peixes distribuídos, enfermidades que foram curadas, ou podem demorar como no caso de Jacó que esperou vinte e um anos para poder viver com a mulher que amava fora da barra da saia do seu sogro, ou ainda como Abraão e Moises que receberam a promessa e não contemplaram de forma palpável a sua concretização.
Que tipo de cristão nos temos sido?
Será que a bíblia continua sendo a Palavra de Deus ou apenas uma caixa de promessas a ser usada conforme a necessidade?
Pensemos nisso.
Paz & Bem sobre as nossas vidas.

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