----- Original Message -----



From: MARIDO SEM DESEJO E MULHER CELIBATÁRIA...


To: contato@caiofabio.com


Sent: Sunday, February 04, 2007 3:05 PM


Subject: problemas conjugais

Tenho 37 anos e 9 anos de casado; e durante 8 anos nunca tive relação sexual com minha esposa; e sempre a traí com varias mulheres.


Ela foi virgem neste período todo...


Nasci em berço evangélico; e durante 6 anos fui pastor auxiliar nesta situação.


Num período de 1 ano e 6 meses fui ordenado pastor. Estávamos indo muito bem na igreja, mas me evolvi com uma mulher; e me apaixonei por ela; e estava disposto a deixar tudo para viver com ela.

Minha esposa soube e tive que falar, pois, estávamos entregando a igreja...


Foi terrível para ela...


De lá pra cá minha vida ficou muito difícil.


Nada dá certo. Fui aconselhado a não me separar da minha esposa; e ela ficou comigo. Tivemos relação sexual e ela engravidou. Perdeu o filho.


Nisso já passou mais 1 ano e 6 meses. Mas eu deixei a vida dupla de adultério; e decidi viver para minha esposa realmente; e até esqueci daquela com quem iria viver...


Mas faz alguns meses que não consigo ter relação sexual com minha esposa, pois, não tenho ereção; e isso é terrível para mim; e muito mais para ela, porque ela deseja... Já tomei remédio (Viagra) e nada acontece.


Eu não sei o que fazer... Não gostaria de me separar dela. Gostaria de realmente constituir família com ela. Ter filhos; e ainda voltar ao ministério.


Ajude-me!


Obrigado


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Resposta:

Meu irmão amado e confuso: Graça e Paz!



Seu problema não é ereção. Prova disso é que no 1º ano você teve relações com sua esposa, estabelecendo o “jejum” nos oito anos seguintes. Digo, “jejum” apenas com ela; pois, de acordo com você, não faltaram transas sexuais fora do casamento.


Portanto, seu problema é de inapetência sexual apenas com sua mulher, e não com mulheres.


“Viagra” só ajuda a quem quer. Ele apenas dileta os vasos sangüíneos, mas não cria libido. Sem libido, sem desejo, não tem Viagra que levante nada...


Assim, não tenho como ajudar você ante a insipiência de sua carta. Nela há apenas o fato de sua inapetência pela sua esposa, mas não há qualquer ajuda quanto a identificar o problema.


Pelo seu histórico — transou um ano com ela e muitas vezes com outras mulheres; ficou apaixonado por quem não podia; ama esse negócio de ser pastor, quer ficar com ela por causa do “ministério”; voltou a transar com esposa por amor ao púlpito; e quer ter tesão nela em razão de sua tara ministerial... — não vejo saída.


Sua motivação para estar com ela não serve nem mesmo como motivação para estar no ministério, quanto mais no casamento.


Você é o típico caso do religioso fixado na tara ministerial, e que, por tal surto, faz qualquer coisa, desde que não perca o espaço.


Que dor! Que pena! Que doença!


Se seu problema sexual tivesse qualquer origem física, você não teria desejo por outras mulheres, e nem com elas transaria.


A questão é que você ama o ideal familiar como conceito. Mas não ama e nem deseja, como mulher, a pessoa que é sua companheira.


Assim, como ter uma família? Para a desgraça de quem ou de quantos mais?


Você nada contou acerca de seu histórico e nem tampouco acerca de como você e ela vieram a casar. E mais: nada disse sobre qual foi o agente relacional que tirou por completo o seu desejo por ela. Se é que algum dia você transou com ela por vontade mesmo, e com todo desejo, e sem ser por causa do Viagra - Ministerial.


Essa suruba emocional composta por você, ela, o púlpito, a igreja, os pastores, as funções ministeriais, etc. — não pode realizar nada além de promiscuidade na alma.


A alma odeia esse bordel!


Uma pessoa que se entrega a isto fica doente de alma assim como você está. E não há apelação!


Seja honesto e responda a você mesmo:


Se não fosse pela sua tara ministerial, a qual se vincula a uma “igreja” de tarados — pois, eles preferem ver um homem em seu estado conjugal continuar casado com a infelicidade, do que vê-lo livre e deixando sua esposa também livre; e que condicionam sua estada no ministério à sua vida no inferno conjugal — responda-me: você ficaria casado no inferno?


E mais: com que direito você impõe à sua mulher (que deve ser honesta, pois, se não fosse, já teria feito o mesmo que você, e tido também seus próprios “casos extraconjugais”) — essa vida de mulher de Faraó morto, e que tem que ser sepultada com ele?


É puro egoísmo. Você está fazendo de sua mulher um ser celibatário-casado. É maldade. É perversidade. É egoísmo dos brabos. É coisa de fariseu doente.


Deixe-a livre. Não seja perverso com ela apenas por causa de sua perversão ministerial.


Um homem como você, com suas fixações vaidosas e adoecidas no “ministério” — que é o seu caso-quase-sexual; e não esqueça: ministério é do gênero masculino — diz para se mesmo que nunca mata. O problema é que não mata, mas tira a vida do outro. No caso, a vida de sua mulher.


E quanto tempo mais você acha que viverá essa farsa adoecida?


Dentro em pouco você estará aí, com sua metralhadora giratória, dando tiros em todas as direções, e pegando indiscriminadamente a quem passar...


Ora, isto sem falar que um “pastor” como você é um candidato a “lobo sexual”. Sim! Você sabe como é; pois, você mesmo já assumiu o personagem algumas vezes... Ou não?


É o caminho para se tornar aquele sedutor covarde, e que se aproveita das irmãzinhas da igreja para fazer seu harém safado.


Um cara como você, se andasse aqui no “Caminho da Graça”, posando de pastor, e cheio de taras, saiba: ou andaria na sinceridade e buscando cura, deixando o ministério até estar bem (mesmo que o amargo remédio fosse a separação honesta); ou, saiba: eu pegaria o franguinho pelo pescoço e o faria ir cantar no galinheiro que lhe é próprio; pois, nada me irrita mais, e nada me tira tanto do sério, quanto ver um suposto pastor usar do posto privilegiado a fim de seduzir as irmãs.


Casamento nunca é cura para “ministério”!


Portanto, salve sua alma, sendo honesto e verdadeiro, e não usando a pobre de sua esposa como fachada para as suas pueris taras ministeriais.


Ou você me escreve contando a história verdadeira, ou, assumirei que esta é a história; e, sendo esta a história, saiba: já disse tudo.


Falo com amor, embora seja duro.


É paulada grande que mata a cobra, segundo meu pai. E eu creio nele.


E mais: você não tem mais idade para ter dúvidas de criança!


Aguardo esclarecimentos, se é que os há.






Nele, em Quem todo menino precisa virar homem ensinável como um pequenino,






Caio


05/02/07


Lago Norte


Brasília
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