A A-MORAL DA HISTÓRIA.




Veja bem a que ponto pode chegar a tal moral humana. Já há algum tempo tenho lidado com uma das questões mais bizarras com relação a essa tal moral, principalmente a religiosa. Desde que soltei as ataduras da religião e decidi andar com minhas próprias pernas e viver a minha vida com Deus de forma livre de certos dogmas, virei alvo de intensos debates acerca do que hoje é a minha liberdade.
Ora, se sou livre, então por que me escravizar novamente com conceitos-dogmas no mínimo pagãos, já que tais conceitos me trazem a idéia de santidade e que sua prática me levará ao céu. Falo de uma santidade exteriorizada e não a que é do coração. Ou seja, minha ascendência celestial está condicionada a ter que pagar certos votos, cumprir doutrinas, apresentar aparência externa de santidade, coisas das quais já cansei de dizer, não eu, mas o apóstolo Paulo, de que nenhum poder tais coisas tem contra a sensualidade e obras da carne.
Quando irão entender que em Cristo não há mais o que pagar ou fazer para ser salvo? Ou está tudo
consumado ou o escândalo da cruz está desfeito. O que convêm é viver uma vida sem escândalos. Ora se não escandaliza, ou seja, traz algum tipo de transtorno, porque o apedrejamento se não há o pecado?
Só para se ter uma idéia dessa moral-amoral, quando entrei para a igreja, tudo era pecado, como por exemplo, ir à praia, usar calção e camiseta, pegar um cineminha, ver televisão e outras coisas. Hoje tais coisas mudaram e aquilo que era pecado antes já não é mais. Porque será? Bom sendo Deus imutável, ou seja, Ele não muda no que pensa, se era pecado há dezesseis anos atrás, porque agora não é? É simplesmente porque antes não era pecado, a não ser que Deus mude de vez em quando conforme os nossos modismos religiosos. O que na verdade não creio ser possível. O único deus que muda dessa forma é aquele criado a nossa própria imagem e semelhança, conforme a nossa moral. Daí a idolatria ser algo tão presente em nossas vidas, mais do que imaginamos e que pode acontecer com maior freqüência do que pensamos.
Teve época que tocar órgão na igreja era pecado, pois era considerado um instrumento profano, assim como a guitarra. Hoje a maioria das igrejas tem órgãos, ou sua versão mais moderna, teclados, guitarra, bateria. Ora quem mudou o modo de pensar? Deus ou esse outro deus feito conforme a nossa imagem e semelhança?
Assim é a a-moral da história, seja ela religiosa, social, política, empresarial. Ela é na maioria das vezes conforme o nosso senso de moral, ridículo.
Quer ver só? Quem nunca colou na escola/faculdade? Quem nunca deu um jeitinho no imposto de renda? Quem nunca deixou de recolher os impostos corretos de sua empresa? Quem nunca burlou a seguradora para conseguir o serviço? Quem não tem um DVD pirata em casa? Quem nunca usou o sistema P2P(emule) para obter as suas músicas preferidas? Isso todos nós fazemos se a nossa moral nos permitir e ainda damos testemunho disso.
E porque digo tudo isso?
Hoje em minha casa apareceu um tal decalque, desses de colar na porta de entrada da casa com os dizeres: Prefiro subir quadrado do que descer redondo. O problema é que quem trouxe o tal decalque, dois dias antes me trouxe um DVD pirata para assistir e gravar. O DVD já copiei (ainda vou assistir, parece ser muito bom!), porém quanto a subir ao céu, tenho certeza que, assim como Ele bebeu e comeu com pecadores, não terei nenhum problema em subir quadrado ou redondo ao Seu encontro, até mesmo porque, quando isso acontecer, deixarei de ser quadrado-redondo para sempre, para ser somente assim como Ele é.
Nele, em quem a nossa melhor moral é trapo de imundícia,

Délio.
27/04/2008.

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