Qual o critério, qual a lista, qual o meio, modo, maneira, proceder, enfim qual o critério?
Já ouvi essa pergunta várias vezes e de diversas maneiras. Porém hoje estava eu a pensar em uma daquelas pérolas que muito de nós ouvimos e lembrei-me de quando por ocasião da santa ceia sempre se mencionava o critério para que alguém participa-se daquilo que Jesus nos ensinou a ser feito em sua memória.
Bom. Muitas vezes ou quase todas ouvi sempre a mesma coisa: “se você é batizado nas águas e pertence a alguma igreja evangélica, pode participar da santa ceia”.
É incrível como palavras podem tirar a verdade, beleza e singeleza daquilo que Jesus nos ensinou e que verdadeiramente tem sentido na vida.
Por ocasião da santa ceia servida por Jesus, em nenhum momento se viu tal declaração por parte dEle. Inclusive Judas participou dela e nem por isso Jesus usou de tais argumentos ou outros. E nem Ele inquiriu isso como critério para a celebração que aconteceria mais tarde no decorrer da história. Nem Paulo exigiu isso em Coríntios.
Pela declaração acima, o que vale não é o batismo do Espírito no espírito de todo aquele que crê, ou seja a tal mudança de vida, conversão, mas sim o batismo nas águas que configurava e tornava público aquilo que já acontecera dentro do coração. Por isso João Batista impediu os fariseus e saduceus de se batizarem dizendo: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento; e não presumais, de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão. Ser filiado tanto a Abraão como a qualquer igreja que seja, não estabelece critério e sim aquilo que já aconteceu no coração. Quem está em Cristo é nova criatura.
Jesus escancarou a porta da graça, enquanto outros tentam fechá-la.
E assim o critério, a lista, a lei, doutrina e dogmas tão combatidos por Jesus acabam por desfazer o escândalo da Cruz. Até mesmo Davi, sob o regime da Lei, comeu dos pães da preposição no sábado, que era lícito apenas aos sacerdotes comer, e ainda deu aos seus homens, e nem por isso foi tido por culpado diante de Deus. Aquilo que Jesus ensinou como forma de comunhão e memória acaba por se tornar um flagelo na alma daquele que creu e que ainda terá que pegar o diploma de crente para validar o seu registro na igreja e assim poder comer do pão e beber do vinho.
Qual o critério? O critério é a graça imerecida de Deus dada a todos os homens para que andem apenas por fé, sem o jugo dos homens.
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